O dia começou com bom tempo e eu com vontade de fazer mais kms da Grande Rota. No entanto, as dificuldades começaram cedo, com a descida para a aldeia de Rabaçal a fazer-se ao longo de uma levada agrícola bem estreita.
Seguindo pela levada |
O próximo objectivo a alcançar era o Penedo Furado, local que havia conhecido umas semanas atrás quando fiz 2 percursos pedestres de Vila de Rei: um que acaba lá e outro que começa. As descidas para lá chegar eram ingremes e pedregosas e como não tenho uma bicicleta de down-hill, desmontei e levei à mão, contudo sempre a travar e a evitar as crateras abertas pela chuva. Às 10H45 chegava a este afamado local de inegável beleza.
Chegada ao Penedo Furado |
Sabia de antemão que não ia poder passar com os alforges montados, pois as passagens que construiram nas rochas com os gradeamentos de segurança são bastante estreitas. Alforges fora e lá avançámos à vez, ora a bicicleta, ora as bagagens. Também devido aos muitos lances de escadas se tornava imperioso que a bicicleta tivesse a menor carga possível.
Cascatas no Penedo Furado |
Várias cascatas vertem as suas águas neste braço do Zêzere. Muita atenção onde pomos os pés. Estava sozinho na altura e queria que corresse tudo bem. Meia hora depois estava vencido o Penedo Furado, mas nem por isso montei logo, pois o trilho continuou por um carreiro estreito já a ser invadido por vegetação lateral.
A seguir a aldeia de Cabecinha tive um engano e andei 200m até chegar ao final de um caminho sem saída. Voltei atrás e lá estava a marca que me tinha escapado, bem escondida atrás dum arbusto.
Até chegar a Aveleira fui presenteado com uma magnífica estrada panorâmica sobre a albufeira de Castelo de Bode. É nestes troços que a vantagem de estar com a bike é mais notória. Pode-se papar 30km num par de horas.
Seguindo pela estrada marginal |
Passei por várias conheiras que são depósitos de pedras resultantes da exploração do ouro nas ribeiras, desde o tempo dos Romanos. Vila de Rei é dos concelhos onde mais se encontram. Existe até uma Rota das Conheiras com início no Penedo Furado e final na aldeia de xisto de Água Formosa (ou vice-versa) .
A seguir à aldeia de Trutas, na descida para a ponte sobre uma ribeira que vem de Vila de Rei tive sensações magníficas com vistas de arrebatar. Fez-me lembrar de quando fiz o trilho dos aztecas na Serra da Freita, uns anos antes.
São achados como esta pequena ponte de presépio escondida num vale que me fazem querer conhecer cada vez mais o Portugal profundo. Outrora usada talvez por pastores, hoje com uso turístico apenas.
Ponte de conto de fadas |
Durante o que me restou de claridade ainda deu para fazer mais uma estrada panorâmica marginal à albufeira. Tive oportunidade de admirar o Lago Azul e o barco São Cristóvão e o aldeamento das Varandas do Lago.
O Lago Azul e o barco São Cristóvão |
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