sexta-feira, 19 de junho de 2020

Caminho de Santiago Central do Alentejo e Ribatejo - Dia 7

Muge - Santarém

Distância percorrida: 19 km

O dia de hoje iria ser curto por ser o último deste Caminho. O destino seria Santarém. Este Caminho do Alentejo e Ribatejo termina em Tomar mas a partir de Santarém já eu tinha percorrido no passado quando fiz o Caminho Central desde Lisboa.
Depois de sair de Muge avancei pelo meio de imensas áreas de cultivo e de estufas, ora por estrada de terra ora por asfalto. Milho, tomate e vinha eram os cultivos predominantes.


Pouco depois chegava a Benfica do Ribatejo. No cruzamento para Cortiçóis viro à esquerda em direcção à Vala de Alpiarça. Passo uma ponte de 3 arcos e sigo pela margem esquerda do canal de água.


Chego ao viaduto da A13 a qual passo por baixo e viro à esquerda para a Quinta do Casal Monteiro. Sigo paralelo ao viaduto e viro à direita em direção à aldeia de Tapada. Santarém já se vê ao longe do outro lado do Tejo.

Santarém ao fundo

Em Tapada apanho a N114 e atravesso o rio Tejo pela ponte D. Luis I.

Ponte D. Luis I

Na outra margem dirijo-me para a Ribeira de Santarém onde entronca o Caminho Central vindo de Lisboa. Esta viagem de peregrinação terminava aqui por volta das 9H30. Depois dirigi-me para a estação de comboios ali bem perto de onde regressaria a casa pela linha da Beira Baixa, 12 dias e 863 km depois de ter iniciado esta aventura em 2 rodas.

Album de fotos completo

O track que resultou foi este:

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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Caminho de Santiago Central do Alentejo e Ribatejo - Dia 6

Branca - Muge

Distância percorrida: 62 km

A saída de Branca foi pela estrada dos Alemães, primeiro por asfalto e depois por macadame arenoso.


De seguida passo por uma zona de luxuosas vivendas em parcelas na Mata do Duque e pela Herdade do Zambujeiro onde avistei vários cavalos no centro de treino hípico.
Santo Estevão foi a primeira localidade em que passei nesta manhã. Nesta zona passei pelo meio de arrozais alagados.

 
Fiz uma longa recta por entre terrenos de cultivo até chegar à A13 que atravessei por baixo.


Continuei por estrada de terra em zona de lezírias com o rio Almansor do lado direito. Apanhei com muito vento, o que me dificultava a progressão. Também não havia zonas de sombra e estava um dia solarengo.


Depois de sair da zona de paul alagado Samora Correia foi o próximo local de paragem para admirar a sua igreja matriz dedicada a Nossa Senhora da Oliveira.

Igreja matriz de Samora Correia

À saída desta vila passo sobre o rio Almansor numa ponte e encontro a sinalização do PR1 de Benavente.


Sigo por um estradão levantado ao longo do rio Sorraia que me levaria até Benavente. Antes de chegar à A10 começo a acompanhar um canal de rega ao longo de um trilho na sua margem.



Depois de Benavente atravesso o rio Sorraia e continuo sobre passadiços de madeira. Salvaterra de Magos veio pouco depois e também a aproximação ao rio Tejo, um marco psicológico neste Caminho.

Rio Sorraia

Antes de alcançar Salvaterra de Magos haveria ainda de passar a ribeira da Vala Nova e seguir de novo pelo meio de arrozais.
Com Salvaterra de Magos já para trás passo pelo meio de plantações de tomate e passo a seguir perto ao rio Tejo até à aldeia piscatória de Escaroupim. Aqui faço um desvio para ir até ao cais palafítico e ver as antigas casas avieiras conservadas no seu estado original.

Casas avieiras em Escaroupim

De volta ao percurso sinalizado entro na Mata Nacional do Escaroupim e passo junto ao parque de campismo que aqui existe. No entanto não me pareceu em funcionamento nesta altura de confinamento. 
A etapa deste dia já ia longa e terminou pouco depois em Muge. Havia contactado nesta manhã a Junta de Freguesia local que me providenciou pernoita no salão paroquial local.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Caminho de Santiago Central do Alentejo e Ribatejo - Dia 5

Casebres - Branca

Distância percorrida: 55 km

Bicicleta arrumada e ciclista equipado foi hora de partir para este quinto dia de viagem. Não deixei a aldeia sem antes parar no café Sabores do Campo para o pequeno almoço.
O percurso desenrolava-se por caminhos rurais de areia calcada pelo meio de pinhais.


Fui ter à rua Francisco António Correia Palhavã à entrada de Cabrela. Depois virei à esquerda para o Monte do Palhavã. Cheguei a um portão fechado a cadeado que tinha uma placa a dizer "Queda de ponte". Se a passagem estivesse impraticável para viaturas dificilmente o estaria para uma bicicleta levada à mão. Resolvi arriscar seguir. Para isso tive que desmontar os alforges e tenda para passar a bicicleta para o outro lado do portão.
Novamente com o material montado segui até à ponte caída.


A minha suposição revelou-se acertada. Existia uma pequena escada de madeira para vencer este obstáculo. Primeiro desci a bicicleta, depois passei eu para o outro lado e usei das minhas forças para içar a bicicleta carregada.
Continuei até chegar a outro portão fechado a cadeado. Este por ser mais baixo consegui passá-lo com a bagagem montada.
Os estradões de terra e areia calcada continuavam comuns nesta zona. Passei por cima da A6 e segui por uma longa recta macadame antes de chegar à periferia de Vendas Novas. 


Em Vendas Novas procurei por um local para comer as famosas bifanas, exlibris desta cidade. Foi perto do Regimento de Artilharia Nº5.
Com o estômago saciado segui pela rua da Boavista e virei à direita para a estrada de Canha até chegar ao rio Almansor sempre por asfalto.
Continuei por estrada de terra batida até passar a linha de comboio e chegar à ribeira de Lavre, bem cheia nesta altura.

Ribeira de Lavre

De seguida continuei por um estradão largo bem rolante até chegar ao final da etapa em Branca.


Fiquei alojado no Centro Social da aldeia tendo contactado a Junta de Freguesia local de manhã. Fui muito bem recebido por dois funcionários da Junta que me mostraram o local de pernoite.

terça-feira, 16 de junho de 2020

Caminho de Santiago Central do Alentejo e Ribatejo - Dia 4

Cruz de João Mendes - Casebres

Distância percorrida: 71 km

O dia começou com paisagens identicas à do dia anterior, avançando por caminhos rurais isolados em estrada macadame envoltos em densa vegetação de sobreiro, azinheira e flora arbustiva variada.


Em Santa Margarida da Serra encontrei sinalização do percurso pedestre de grande rota GR11-E9. Desci a um vale verdejante com single-tracks de rara beleza. A certa altura o track começou a diferir com a sinalização, voltando 2 km depois a coincidir.
Durante a manhã, como aconselha o guia do Caminho, liguei para o estabelecimento "O Baracinha" para garantir o transporte fluvial do Sado mais tarde nesse dia.
Liguei também para a Junta de Freguesia de Casebres para informar da minha intenção em pernoitar neste local.
A certa altura o Caminho segue coincidente com um PR (suponho que de Grândola). Cerca das 10H30 avisto Grândola ao longe.

Grândola

Prossigo por uma via sacra que me leva até uma capela completamente isolada no alto de um outeiro. Era a capela de Nossa Senhora da Penha de França.


Na descida para Grândola fui ter à margem da ribeira de Grândola, a qual acompanhei pelo lado direito até atravessar a ponte que dá para o IC1. Depois segui paralelo a esta via por estrada de terra até me embrenhar na malha urbana desta vila carismática. Passagem obrigatória pela igreja matriz.


Segui pela Av. Jorge Vasconcelos Nunes até chegar à linha de comboio a qual atravessei por baixo descendo e subindo por rampas na estação. Segui ao longo desta linha com sinalização nem sempre coincidente com o track. Comecei a seguir estradas com muita areia em que a progressão se tornava difícil.


Tempo ainda de avistar uma raposa que a julgar pelo aspecto devia andar faminta.


Vale de Guizo foi a aldeia onde iria atravessar o Sado. Não sem antes registar em foto a linda igreja de Nossa Senhora do Monte. Depois ao chegar à margem do Sado apanhei boleia com o dono de um dos barcos que se encontravam atracados no cais local. 
Depois da travessia a paisagem mudou radicalmente, progredindo eu pelo meio de extensos arrozais e canaviais ao lado dos mesmos.



Comecei a avistar Alcácer do Sal ao fundo. Antes de lá chegar haveria ainda de passar por baixo da A2 e junto ao Sado.

Alcácer do Sal ao fundo

Dentro da cidade passei no posto de turismo para pedir um guia do Caminho em papel e em português. Em Castro Verde já tinha tentado obter um, mas na altura não havia na lingua de Camões.
Prossegui pelo passeio ribeirinho e depois pelo casario antigo da cidade até subir à zona do castelo. Pelo caminho ainda parei numa fonte para abastecer de água fresca.


Aqui as vistas alcançadas eram fabulosas. Para o outro lado estava a igreja de Santa Maria do Castelo. Antes de abandonar a cidade parei numa superficie comercial para abastecer de comida. Segui pela Av. José Saramago e depois virei à direita. Pedalei junto a uma central fotovoltaica e novamente por estradas de piso arenoso.


Os últimos 3 km antes de Casebres foram por asfalto. Chegado lá contactei a Junta de Freguesia conforme combinado de manhã. Fui muito bem recebido tendo pernoitado numa associação contígua à Junta.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Caminho de Santiago Central do Alentejo e Ribatejo - Dia 3

Foros da Casa Nova - Cruz de João Mendes

Distância percorrida: 60 km

Material arrumado e bicicleta pronta, voltei à estrada onde havia terminado a etapa do dia anterior. Segui pelo meio de pinhais e eucaliptais, sempre com areia debaixo das rodas da bicicleta.


São Domingos foi a primeira povoação do dia. Aqui parei para abastecer de água numa fonte e numa padaria para comprar pão e o pequeno almoço.


Pouco depois comecei a seguir ao longo do canal de irrigação Sado-Morgável e paralelo à ribeira de São Domingos.


A seguir à ribeira da Ribeirinha o track começou a não coincidir com a sinalização instalada. Continuei por estrada de areia e começou a ser frequente ter de desmontar da bike e levá-la à mão. Sueguia por montes e vales no domínio do montado de azinho e sobreiro até passar em Paiol de Santiago.


Era uma zona de sobe e desce constante com vegetação abundante. Antes de chegar a Antiago do Cacém haveria ainda de passar na aldeia de Chãos. Passei também perto das ruinas romanas de Miróbriga e pelo percurso de um PR de Santiago do Cacém. Na cidade aproveitei para ir abastecer a uma superficie comercial.
À saída da cidade passei nas imediações da capela de São Sebastião. Daqui tinha boas vistas sobre a cidade com forte ligação ao apóstolo Santiago.

Capela de São Sebastião

Na hora de pico do calor parei para almoçar à sombra de azinheiras.


Seguia por um vale de vegetação rica e verdejante ao longo de uma ribeira.


Cruzei a linha de comboio e cheguei a São Bartolomeu da Serra. A partir daqui o Caminho foi muito isolado e sem pontos de apoio. Era visível a extensa mancha de sobreiral. Depois de vários kms foi com agrado que parei numa enorme fonte que presumo serviria também para o gado em tempos idos.


Roncão foi a aldeia que se seguiu e logo depois passei num túnel por baixo da A26. Segui paralelo a esta via pelo lado esquerdo até passar em Cruz de João Mendes. O trilho continuou por um grande estradão em terra batida. 


Sem grandes opções de pernoita e pelo segundo dia consecutivo usei o material de campismo.

domingo, 14 de junho de 2020

Caminho de Santiago Central do Alentejo e Ribatejo - Dia 2

Castro Verde - Foros da Casa Nova
Distância percorrida: 66 km

Não saí de Castro Verde sem antes ter ido tomar o pequeno almoço a um café local. Com todo o material arrumado lá parti eu rumo às planícies e terras alentejanas. Almeirim foi a primeira por onde passei.

Almeirim ao fundo

Avançava pelo meio de olivais e pomares de árvores de fruto em estrada de terra macadame.


Rodeei a Herdade de São Miguel e passei perto de uma barragem rural onde era possível observar um elevado número de aves.


Continuando tive que abrir e fechar algumas cancelas de contenção do gado. Casével foi a povoação que se seguiu neste périplo alentejano. À entrada da vila numa rotunda pude admirar uma escultura metálica em homenagem aos grupos corais locais e ao cante alentejano.

 
Um quarto de hora depois atravessava a linha de comboio na zona da antiga estação de Casével.

Estação de Casével

De seguida prossegui por um longo estradão mais ou menos reto até entroncar na N263. Nas herdades pastavam manadas de vacas bem numerosas.


Antes de chegar a Messejana passei por cima da A2. Bonita vila esta, com o seu casario azul, amarelo e branco. Tempo ainda de apreciar a igreja da Misericórdia de Messejana junto ao largo central.


Estávamos pelas 13H e aproveitei a sombra de uma zinheira para almoçar em estilo piquenique.


Aldeia dos Elvas foi a próxima aldeia alcançada. Depois continuando para oeste passei por debaixo do IC1 para ir ter à pequena aldeia de Torre Vã.

Aldeia dos Elvas

Passagem por montes abandonados, uma pequena represa e um canal de irrigação que ia seco foram alguns dos motivos paisagísticos que me aprouve registar.


Um dos marcos deste Caminho que é alcançar o rio Sado veio logo de seguida. Este é um dos poucos rios portugueses que corre de sul para norte.

Rio Sado

Depois de atravessado o rio passei a linha de comboio sobre um viaduto. Continuando pelo meio do campo e propriedades de montado cheguei a Fornalhas Velhas, local onde existe opção de alojamento na associação da terra, caso se deseje terminar a etapa por estas paragens. Não era essa a minha intenção e por isso prossegui viagem.
Um campo de futebol abandonado, a ribeira de Campilhas e uma albufeira junto ao Monte dos Alhos foram os próximos pontos de interesse registados.


Segui por asfalto até Foros da Casa Nova. Pouco depois daria por terminada esta etapa dando uso ao material de campismo.