domingo, 7 de setembro de 2014

Incursão às Aldeias de Xisto - dia 4

Antes de partir fiz uma pequena manutenção à bicicleta lubrificando a corrente. Poucos metros depois da aldeia de Cerdeira deparei-me com uma dificuldade: o track que trazia no GPS estava intransitável, até para uma bicicleta. Como datava de 2011, entretanto a vegetação cresceu e deixou de haver estrada. A alternativa que me surgiu foi seguir um trilho do centro de BTT da Lousã, mas também aqui não encontrei a continuação possível por falta de sinalização. Após consulta do GPS, a única solução que tive foi voltar para trás e refazer o percurso para a aldeia de Cerdeira e depois continuar a descer a EN 236 até sair para um estradão florestal à direita, que me iria conduzir de novo ao track programado.

Vista desde a serra da Lousã
A partir daqui foi sempre a subir até aos 1200m do alto do Trevim, com alguns troços a empurrar. Quando chego ao Trevim apanho pela primeira vez chuva. O tempo estava adverso, com nevoeiro e vento. E eu sem o impermeável, que tinha ficado em casa. Também me apercebo que estava sem o parafuso de fixação do porta-cargas no lado esquerdo. Deve ter caído com a trepidação. Optei por chamar o resgate e terminar assim esta minha tentativa de ligar todas as 27 aldeias de xisto. Desta experiência posso tirar algumas conclusões que irei corrigir para uma próxima tentativa. Vou projectar um trajecto só por estrada. Tendo alforges, não se torna prático seguir um percurso em que tenha de levar a bike à mão. Também virei preparado para a chuva e com parafusos sobresselentes. Até uma próxima aventura!


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sábado, 6 de setembro de 2014

Incursão às Aldeias de Xisto - dia 3

Iniciei a jornada às 8H30 com o próximo ponto na minha rota a ser a aldeia de xisto de Ferraria de São João, a cujo centro de BTT cheguei meia hora depois.

Aldeia de xisto de Ferraria de São João
Centro de BTT
Tomei um bom banho (o primeiro) e lavei a roupa que a seguir pus a enxugar numa cerca e acabou na parte superior do porta-cargas. Tomado o pequeno-almoço, fui meter ar no pneu de trás. Às 11H estava de partida rumo a São João do Deserto, por uma estrada florestal panorâmica nas encostas da serra do Espinhal de onde se abrange uma vasta área dos concelhos de Penela e Lousã.

Serra do Espinhal
Lugar de grande beleza e tranquilidade com uma envolvente natural que convida à reflexão e comunhão com os elementos.
São João do deserto
Segui-se uma travessia do parque eólico de Malhadizes. A serra da Lousã estava aí. Sob um sol forte e já sem água, os locais para abastecer escasseavam. Saciei a sede num fio de água que brotava da rocha, numa zona com alguma vegetação. Cheguei a um troço com vegetação lateral, o que me obrigou a desmontar e avançar a pé. Às 14H chegava à aldeia de xisto de Gondramaz.

Aldeia de xisto de Gondramaz
Encostada e presa a bike à entrada da aldeia, procurei pelo restaurante Pátio do Xisto, onde almocei. Trilhos à sombra foram frequentes durante a tarde, assim como os declives. Andei meia hora a empurrar serra acima até aos 880m de altitude. Ao descer para o Talasnal passo por atletas de down-hill em treinos. 16H50 e estou à entrada do Talasnal.

Aldeia de xisto de Talasnal
A seguir ao Talasnal subi para o prémio de montanha de 1ª categoria mas não desmontei, pois a estrada era em asfalto. Foi sofrer até ao fim. Chegado a Vaqueirinho meti pelo trilho do PR4 da Lousã quase sempre com a bike ao lado, só me aventurando a pedalar em certas partes mais largas. Sensivelmente a meio deste percurso pedestre, antes de Catarredor, desci a uma ribeira para abastecer. Restam-me 2 horas de sol, vou tentar chegar ao Candal (4 km). Não foi fácil fazer a subida com a bicicleta carregada para chegar à EN 236. Arrisquei demasiado. Se fosse hoje talvez fizesse de outra forma, como por exemplo desmontar os alforges. A partir daqui foi uma longa descida em asfalto que me soube muito bem. Cheguei a mais uma aldeia de xisto, cujas casas se empoleiram numa encosta: Candal. Parei para tirar a foto da praxe.

Aldeia de xisto de Candal
Sem me demorar continuei pelo asfalto até Cerdeira. Uma melhoria desde a última vez que visitei esta aldeia, em que a estrada de acesso era de terra.

Aldeia de xisto de Cerdeira
Abasteci numa fonte à entrada da aldeia e visitei-a avançando por entre o seu casario de xisto. Às 19H30 dava por terminado o dia ciclo-turístico.








sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Incursão às Aldeias de Xisto - dia 2

Parti cerca das 08H00 seguindo por uma estrada de acesso a um parque eólico, tão comuns nesta região, para depois fazer uma grande descida até Casal dos Bufos, aldeia nas imediações de Pedrógão Pequeno, a segunda aldeia de xisto que iria visitar. Mas antes ainda fiz uma visita à igreja da Srª da Confiança e ao magnífico miradouro sobre a barragem do Cabril e o espelho de água da sua albufeira.

Igreja de Nossa Srª da Confiança
Entrando em Pedrógão Pequeno, aldeia de xisto em que este material não é o predominante para a construção das casas, segui rumo ao rio Zêzere.

Aldeia de xisto de Pedrógão Pequeno
Entrei numa zona muito bela, diria até paradisíaca, com paisagens deslumbrantes do rio Zêzere e sua envolvente. Primeiro desci por uma estrada em ziguezague, atravessei o rio pela ponte Filipina e depois tive que desmontar e seguir empurrando a bike estrada acima até Pedrógão Grande.

Rio Zêzere
Nesta zona existem muitos percursos pedestres sinalizados, que eu em tempos idos percorri a pé. Também por aqui passa a GRZ, com a sua sinalização já implementada mas algumas estruturas de apoio por finalizar.

Zona que faz as delicias dos pedestrianistas
Ao meio-dia fiz uma pausa para comer na aldeia de Carreira, pois tinha à disposição mesa e bancos à sombra. Servi-me de uma sandes que sobrara do dia anterior e de bolachas. No caminho para a aldeia de Altardo encontrei a estrada obstruída com pinheiros cortados. Vendo a minha dificuldade em avançar o madeireiro prontificou-se a ajudar e pegando ele à frente e eu atrás na bike, lá consegui transpor o obstáculo. Às 13H estava a entrar no café "O Minhoto" para almoçar a diária. E que bem que me soube. Os locais para comer não vão no meu guião de viagem e foi uma sorte encontrar este. Às 14H45 refugiei-me do sol no jardim público de Figueiró dos Vinhos e acabei a digestão. Mais adiante passei por uma bonita aldeia recuperada com as casas em pedra, não sem antes ter invadido a propriedade privada de um morador, o qual estando presente me deu indicações de como continuar.

Aldeia recuperada
Muito belo e ciclável era o percurso a seguir à Foz de Alge até se atingir a ponte sobre a ribeira de Alge.

Ribeira de Alge
A seguir às fragas de São Simão tive de levar a bike à mão pois o trilho era muito pedregoso.

Aldeia de xisto de Casal de São Simão (arquivo)
O fim do dia estava a aproximar-se. Parei de pedalar às 19H30 e jantei conservas com pão.





quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Incursão às Aldeias de Xisto - dia 1

Comecei esta viagem às 12H00 no alto da Sarzedinha, vindo de Proença-a-Nova. Seguindo sempre por asfalto, meia hora depois estava a chegar à aldeia de Corgas.

Aldeia de Corgas
Depois da aldeia de Vale de Lousa enveredei por uma estrada de terra serra acima que ia dar ao parque eólico de Oleiros de onde já tinha uma panorâmica deste concelho onde ia visitar a primeira aldeia de xisto: Álvaro.

Panorâmica desda a serra do Cabeço Rainho
Por volta das 16H, já depois de ter passado pela vila de Oleiros, fiz uma pequena pausa para lanchar à sombra de uma árvore na berma da estrada. 20 minutos depois chegava a Álvaro, mui nobre villa, que atravessei pela rua principal. 

Aldeia de xisto de Álvaro
Parei para observar o rio Zêzere e a praia fluvial de Álvaro. Nesta zona segui par a par com os trilhos sinalizados do xisto e da GRZ-Grande Rota do Zêzere, rota que tarda em ver a sua inauguração.

GRZ e PR de Álvaro
Seguindo ora por estradas de terra ora por asfalto, subi até ao parque eólico do Pinhal Interior para depois ter a recompensa de fazer cerca de 10km de estrada panorâmica nivelada em asfalto. Com o fim do dia a aproximar-se e 55km pedalados dei por terminado este 1º dia de expedição.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Incursão às Aldeias de Xisto

Surgiu-me a vontade de ligar as aldeias de xisto de bicicleta quando por acaso dei de caras com o blogue Odisseia pelas aldeias do xisto em BTT, de onde fui buscar os tracks GPS que iria usar para me guiar.


Para este empreendimento usei a minha bicicleta de BTT equipada com porta-bagagens e 2 alforges traseiros. A lista de equipamento e acessórios usados foi a seguinte:

Bicicleta: CUBE LTD Pro 2014 29er
Porta-bagagens: Topeak Explorer 29er tubular rack with disc mount
Alforges: Ortlieb back-roller plus
Bolsa porta-objetos: Roswheel bicycle frame pannier
Campismo: tenda Berg Outdoor, saco-cama, almofada, esteira de espuma
Acessórios: bomba de ar, câmara de ar, kit reparação de furos, 2 correntes anti-roubo, chaves diversas, lubrificante de corrente
Máquina fotográfica: Sony DSC-HX20V
GPS: Garmin Dakota 20
Comida: pão, conservas, bolachas, iogurtes, garrafa de água, talheres
Guia: "Aldeias do Xisto: A descoberta começa aqui" da editora Foge Comigo