sábado, 25 de junho de 2016

Caminho Português de Santiago: Lisboa-Santiago de Compostela - Epílogo

Regressei a Portugal no dia seguinte no comboio celta até ao Porto. Depois novamente de comboio inter-cidades até Caxarias. Sempre com a bicicleta inteira, sem ser preciso desmontar nada. Finalmente pedalei mais 85 km até casa.

Quanto às escolhas de Caminho que fiz revelaram-se uma boa escolha, tendo ficado muito satisfeito tanto com o Caminho da Costa quanto com a Variante Espiritual.

Para memória futura ficam os álbuns de fotos:


Caminho Central a Santiago (Lisboa-Porto):
Caminho Central a Santiago (Lisboa-Porto)

Caminho Português da Costa + Variante Espiritual:
Caminho Português da Costa + Variante Espiritual

O track que resultou da Variante Espiritual foi este:


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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Variante Espiritual / Caminho Português - Dia 10

Armenteira - Santiago de Compostela
Distância percorrida: 84,2 km


À saída do albergue sigo imediatamente pela Ruta da Pedra e da Auga que acompanha o rio Armenteira pelas suas margens. Esta é uma belíssima rota de natureza que só por si merece uma visita.


O rio Armenteira vai desaguar no rio Umia e também ao longo deste último existe uma rota pedestre muito linda.


A Variante Espiritual continua o seu caminho para oeste e aproxima-se de Vilanova de Arousa. Aqui segui a indicação de setas para o albergue sem o saber. Descoberto o engano, voltei ao traçado correcto.

Vilanova de Arousa
Neste local há que optar entre seguir de lancha pelo rio Ulla até Pontecesures (custo de 19€) ou seguir por via terrestre pela margem direita do rio. Foi esta última opção que tomei. O percurso encontra-se sinalizado com setas.

Rio Ulla
Nesta altura segui por uma série de passadiços numa zona de grande beleza natural.


Nas margens do rio há uma via sacra marítimo-fluvial, única no mundo, segundo li.


Em Pontecesures terminava esta Variante Espiritual e de novo encontrava o Caminho Central que não mais largaria até chegar a Santiago de Compostela.
Pouco tempo depois chegava a Padrón, local onde já tinha ficado hospedado em tempos idos. Nas imediações desta cidade havia um desvio provisional devido a obras na estrada. Lanchei um bocadillo no bar "O Descanso" para ganhar forças para o que faltava.
A cerca de 15 km para Santiago passei a ser o único peregrino. A hora já era adiantada e os peregrinos a pé já tinham acabado a jornada.
Constatei que havia uns marcos de aspecto recente e que diferiam dos tracks que levava. Cheguei à Catedral de Santiago cerca das 19H. 


Depois das fotos da praxe, dirigi-me à Oficina do Peregrino para receber a Compostela. Havia um aviso a informar que as instalações tinham mudado de sítio. Segui as indicações do mapa e lá fui obter o documento.
Nesta última noite fiquei alojado no albergue de Monte do Gozo.





quinta-feira, 23 de junho de 2016

Caminho da Costa / Variante Espiritual - Dia 9

O Freixo (Vigo) - Armenteira
Distância percorrida: 64,2 km

Quando saí do albergue retomei as setas verdes para ir ao encontro das setas amarelas do Caminho da Costa. O percurso tem troços comuns com a Senda del Agua de Vigo e é panorâmico com vistas sobre a ria de Vigo.

Ria de Vigo
Em Redondela terminava o Caminho da Costa propriamente dito, voltando a encontrar o Caminho Central. Daqui até Pontevedra voltei a cruzar-me com muitos peregrinos, mostrando-me que o Caminho Português é uma das principais vias de peregrinação a Santiago de Compostela.

Iglesia de La Peregrina, Pontevedra
Cerca de 5 km depois de Pontevedra segui a Variante Espiritual do Caminho Português como planeado. Foi uma viragem à esquerda para a região do Salnés.



Esta variante está muito bem sinalizada e tém até umas placas próprias em madeira.
Em Poio houve oportunidade de apreciar o seu bonito mosteiro.

Mosteiro de Poio
Na zona de Combarro vai-se até junto da ria de Pontevedra. O percurso é magnífico.


Depois encetei uma longa e difícil subida até cerca de 400m de altitude pelo meio de bosques e estradas florestais. Uma zona de muita e bela natureza. Não resisti a pazer uma paragem para apreciar a vista desde o miradouro do Loureiro.


A parte final da etapa deste dia foi a descer para Armenteira. Fiquei alojado no albergue pertença do mosteiro desta localidade. Éramos 4 peregrinos neste dia e comemorava-se o São João (San Xoán como dizem em Espanha). Havia festa na aldeia e à noite realizou-se um mega churrasco no largo anexo ao local do albergue.


Fomos convidados a participar. Comeu e bebeu-se muito bem, não faltando nada para saciar o apetite destes prezados peregrinos. Como não há bela sem senão houve música até às 5H da manhã resultando numa noite quase em claro.




quarta-feira, 22 de junho de 2016

Caminho da Costa - Dia 8

Caminha - O Freixo (Vigo)
Distância percorrida: 80,8 km

Comecei o dia dirigindo-me para o porto do ferry com a intenção de apanhá-lo para passar o rio Minho e chegar a La Guarda, cidade espanhola. Na bilheteira estava afixado um aviso a informar que o 1º barco seria às 14H45. Segundo apurei, tal devia-se à maré estar baixa.
Era muito tempo e não estava com vontade de esperar tanto. A alternativa era seguir para este até Vila Nova de Cerveira e atravessar a ponte e depois voltar para oeste até La Guarda. Tinha a vantagem de estar com uma bicicleta. Eram 25 km em terreno relativamente plano e não me levariam mais de 2 horas. A outra alternativa era pagar a uma lancha-taxi pelo transporte e isso não me interessava.
Assim, fiz-me à estrada pela N13 rumo a Vila Nova de Cerveira. 

Sobre o rio Minho
Nesta vila segui pelo centro histórico e parei no turismo para carimbar a credencial de peregrino.
A seguir a La Guarda pedalei por várias ciclovias costeiras de grande beleza.


Durante a parte da tarde, em algumas zonas encontrei duas sinalizações possíveis, optando por seguir a que diferia do track.


Antes de chegar a Vigo pude avistar as bonitas Islas Cies, que formam um parque natural e se situam na ria de Vigo.

Islas Cies
Também nesta zona optei por seguir uma rota alternativa devidamente sinalizada com setas verdes e que me levaria até ao albergue "O Freixo".


Ao que apurei, em Vigo não há albergue municipal e foi a Asociación de Veciños "O Freixo" que criou um albergue/refúgio de apenas 4 camas para acolher os peregrinos.
O caminho para lá chegar foi difícil, sendo muito à base de trilhos florestais. O jantar foi no bar desta associação que fica no piso térreo.






terça-feira, 21 de junho de 2016

Caminho da Costa - Dia 7

Póvoa de Varzim - Caminha
Distância percorrida: 75,1 km

Saí do albergue na Póvoa de Varzim e de imediato me dirigi ao Caminho. Alguns kms depois parava para tomar o pequeno-almoço num café de uma aldeia costeira.
Carimbei no turismo de Esposende, de onde também levei um folheto sobre o Caminho neste concelho.
Pouco depois passaria por uma opção de alojamento: o albergue de S. Miguel de Marinhas.

Albergue de Marinhas
Antes de chegar a Guilheta passei por um trilho entre vegetação luxuriante e com o rio Neiva à direita.


Foi neste local que alcancei um casal estrangeiro de bicigrinos. Estavam de paragem, em contemplação do local. Continuei até à aldeia de Santiago, onde entrei na igreja de Neiva, dedicada a S. Tiago Maior.

Igreja de Castelo do Neiva
Carimbei a credencial no interior do templo. Daqui as vistas para a serra d´Arga e o oceano eram fantásticas. Valeu a pena a subida ingreme para cá chegar.


Almocei num restaurante antes de passar a ponte sobre o rio Lima. Em Viana do Castelo fui ao turismo carimbar a credencial.

Rio Lima
O troço do Caminho pelo concelho de Viana não é muito bike-friendly pelo que se tornava necessário desmontar e levar a bike à mão em certas zonas. A tarde foi quase toda por trilhos de montanha com muita pedra saliente no chão.


Por volta das 17H15 chegava a Vila Praia de Âncora, depois de atravessar o rio Âncora.

Vila Praia de Âncora no horizonte
A seguir a Vila Praia de Âncora entrei novamente numa ciclovia que me levou até ao meu destino para hoje: Caminha.


Fiquei alojado no albergue de Caminha, aonde cheguei depois de ter atravessado em linha recta toda a vila, até chegar ao rio Minho. Do outro lado já se avistavam terras da Galiza e sobressaía o monte de Santa Tecla.


Segundo o hospitaleiro do albergue era o primeiro peregrino português a ficar ali desde à 5 dias. Era muito raro este Caminho ser percorrido por portugueses, sendo antes uma opção para os estrangeiros.






segunda-feira, 20 de junho de 2016

Caminho Português de Santiago / Caminho da Costa - Dia 6

São João da Madeira - Póvoa de Varzim
Distância Percorrida: 75,6 km

Desde S.J. da Madeira até Grijó andei quase exclusivamente por áreas urbanas. Depois passei a andar por áreas de bosque e estradas Romanas.

Calçada Romana
Em Vila Nova de Gaia houve um desvio alternativo devido a obras numa estrada. A sinalização era boa e não deixava margem a dúvidas. A passagem por Gaia foi feita pelas vias principais da cidade. A chegada ao rio douro e à cidade do Porto estava cada vez mais eminente. Aconteceu às 11H45. A travessia do rio foi pela ponte D. Luis I.

Porto e rio Douro
Na passagem pela Sé do Porto aproveitei para carimbar a credencial. O mesmo aconteceu perto dali no Turismo do Porto.

Sé do Porto
Este é o local de partida de muitos peregrinos de Santiago e também já foi o meu no passado. Mas em vez de seguir diretamente para Norte pelo Caminho Central, o plano agora era fazer o Caminho da Costa. Para isso tencionava apanhar a orla marítima o mais cedo possível. Por isso desci pelas ruas estreitas e escadarias rumo à ribeira do Porto.
Segui junto ao mar e comecei a apanhar vento de frente, o que não facilitava a minha progressão (apesar de usar casaco corta-vento).

Perto de Leça da Palmeira
Em Matosinhos carimbei no posto de turismo local que se encontra junto à praia.
Durante a tarde tive  a oportunidade de passar por alguns passadiços que se encontram sobre as dunas. E por mais passaria caso fosse a pé. É que alguns destes passadiços são interditos a bicicletas.


À passagem por Vila do Conde fui ao posto de turismo carimbar a credencial (fica junto à costa, não houve necessidade de desvios).

Em Vila do Conde
Fui informado que também aqui havia um albergue municipal, aberto 3 meses antes, o que desconhecia. Como ainda tinha várias horas de dia e não tencionava ficar por aqui, decidi continuar até ao próximo porto de abrigo (leia-se albergue).


E não tive de pedalar muito, pois a Póvoa de Varzim foi o términus para este dia. Fiquei alojado no albergue de São José de Ribamar (pertença dos Escuteiros).
O forte vento nas zonas costeiras foi a principal dificuldade deste dia. Em termos de terreno, a passagem por praias, passadiços e ciclovias do litoral foi uma novidade a nivel de Caminhos de Santiago. Não me queixo. Sabe bem variar e até agora o Caminho da Costa estava a ser do meu inteiro agrado.



domingo, 19 de junho de 2016

Caminho Português de Santiago - Dia 5

Mealhada - São João da Madeira
Distância percorrida: 68 km

Era Domingo. O comércio estava quase todo encerrado. Foi em Aguada de Baixo que tomei a primeira refeição do dia, num café.
O percurso era maioritariamente por estrada, mas em zonas rurais, o que era do meu agrado.


A chegada a Águeda deu-se por volta das 10H15. Depois de passar o rio com o mesmo nome dirigi-me ao posto de turismo que fica logo após a ponte do lado esquerdo. Carimbei a minha credencial e trouxe um folheto sobre o Caminho de Santiago do Caramulo e Vale do Vouga. Este Caminho começa em Viseu e vem entroncar no Caminho Central em Albergaria-a-Velha, percorrendo 7 municípios.

Rio Águeda
Almocei num restaurante em Albergaria-a-Velha onde estavam também outros peregrinos.
Durante a tarde à passagem por Oliveira de Azeméis assisti ao Memorial Bruno Neves (ciclismo de estrada) e depois continuei até São João da Madeira, onde viria a terminar o dia.


Fiquei alojado na Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira. 


sábado, 18 de junho de 2016

Caminho Português de Santiago - Dia 4

Ansião - Mealhada
Distância percorrida: 74,5 km

Saí de Ansião por volta das 8:00 e durante as primeiras horas da manhã tive muito single-track e muita estrada Romana até ao Rabaçal. A sinalização era com postes com o símbolo da vieira durante o trajecto pelo concelho de Ansião. Uma situação que muito me agrada pois demonstra a preocupação que as instituições locais têm para quem por aqui passa em peregrinação.
Em Alvorge há desde há poucos anos uma opção de alojamento: um albergue municipal. Não iria ficar lá pois ainda havia muito que andar neste dia. Pelo aspecto cuidado exterior pareceu-me ter muito boas condições.

Sinalização de albergue em Alvorge
O Caminho tem muitas intersecções e troços comuns com a GR-26 Terras de Sicó que em tempos já percorri. Por isso a zona jé me era razoavelmente conhecida.
Nesta manhã fui alcançado por um outro bicigrino espanhol que tinha começado igualmente em Lisboa, mas 3 dias antes. O andamento dele era outro, por isso foi com naturalidade que desejamos "Bom Caminho" um ao outro um pouco mais à frente.
Na passagem pelas Ruinas de Conímbriga fui á bilheteira carimbar a credencial e ficou a promessa de um visita para outro dia com mais tempo.


A aproximação a Coimbra foi pela hora de almoço. Passei à entrada do Portugal dos Pequenitos. 


Depois de atravessar o rio Mondego perdi a sinalização e não cheguei a passar na zona da Universidade de Coimbra. Ao que sei o Caminho passa por lá pois já lá vi umas setas amarelas.

Coimbra
A norte da cidade o Caminho é muitas vezes assinalado com marcos identificativos da freguesia onde estamos.


Em Trouxemil parei numa mercearia/café e cruzei-me com outro bicigrino que parou para pedir informações e que ia em sentido contrário com destino a Fátima.
O dia acabaria na Mealhada.







sexta-feira, 17 de junho de 2016

Caminho Português de Santiago - Dia 3

Golegã - Ansião
Distância percorrida: 75,9 km

O dia começou com a minha saída da Golegã e entrada nos percursos planos pelo meio das terras de cultivo. Isto foi assim até Atalaia.


Depois entrei em estradas florestais com subidas e descidas acentuadas. Um sinal de que as planícies do Ribatejo tinham defenitivamente ficado para trás.


Almocei num restaurante antes de entrar na cidade de Tomar. Já dentro da cidade, julgo ter-me desviado um pouco do percurso oficial, pois não avistei a igreja de São João Baptista e sabia de antemão que o Caminho passa por lá. A passagem do rio Nabão foi feita pela ponte velha.

Rio Nabão, Tomar
Desde as cercanias de Tomar até 5km depois de Alvaiázere tive de vencer um grande desnível até aos 470m. O terreno era sinuoso através de vales arborizados com olivais e campos cultivados.


Nesta zona existia sinalização própria com marcos verticais.


A descida para Ansião foi feita por single-tracks técnicos e de alguma dificuldade. O alojamento para este dia foi nos Bombeiros Voluntários de Ansião. Neste dia cruzei-me com cerca de 10 peregrinos.

Parque Verde do Nabão, Ansião