sexta-feira, 12 de junho de 2020

Caminho Português Central do Sul

Faro - Ameixial
Distância percorrida: 66 km

A chegada a Faro para iniciar este Caminho foi pela mítica Estrada Nacional 2 ou como também é chamada, a Route 66 portuguesa. É uma das mais longas estradas do mundo e atravessa Portugal de Norte a Sul pela sua espinha dorsal. Mas calma, não foi a rota completa. Foi "apenas" a parte Sertã-Faro que iniciei 5 dias antes a 8 de Junho. A parte norte que falta Chaves-Sertã vai ter que ficar para uma próxima, quem sabe numa vinda de Santiago de Compostela depois de ter terminado um Caminho de peregrinação.
O plano era regressar a casa pelo Caminho Português Central do Sul e em continuação pelo Caminho Central do Alentejo e Ribatejo. 
Para o Caminho do Sul baseei-me no site Caminho de Santiago Português do Sul e utilizei os tracks lá apresentados para as etapas até ao Ameixial.
A lista de equipamento e acessórios usados foi a seguinte:

Bicicleta: CUBE LTD Pro 2014 29er
Porta-bagagens: Topeak Explorer 29er tubular rack with disc mount
Bolsas de bagagem: Alforges BTWIN 2x15L e Roswheel top tube bag
Campismo: tenda Berg Outdoor, saco-cama Forclaz ultralight 15º-20º, almofada, colchão insuflável Naturehike
Acessórios da bike: bomba de ar, kit reparação de furos, câmara de ar suplente, corrente anti-roubo, chaves de reparação, pastilhas de travão, lubrificante de corrente, chave e elos de corrente, alicate, parafusos suplentes do porta-bagagens, cobertura, capa de gel
Outros acessórios: protector solar, kit de higiene e limpeza, pomada anti picadas de insectos, 2 mudas de roupa, impermeável, toalha, diário, telemóvel e carregador
Máquina fotográfica: Sony DSC-HX20V, bateria de reserva, tripé
GPS: Garmin Dakota 20 e pilhas de reserva

Assim nesta Sexta-Feira por volta das 9H e com o céu muito nebuloso estava em frente à Sé de Faro para dar início ao Caminho.

Sé de Faro

Seguindo o track passei sob o Arco da Vila e virei para a esquerda em direção à marina de Faro, local onde encontrei a primeira seta amarela.

Marina de Faro

Contornada a marina, atravessei a linha de caminho de ferro e segui paralelo a esta via pelo lado esquerdo. Passei também por um parque e circuito de manutenção, já com utilizadores a esta hora da manhã. Depois atravessei novamente a linha da CP e pedalei junto a pomares de laranjas. Segui por estradas rurais de uma só faixa com estufas dos lados.
A seguir a Santa Bárbara de Nexe segui um single-track muito belo. 



Aqui as primeiras subidas à serra algarvia já se faziam notar de modo que Faro e a Ria Formosa já se viam lá ao fundo na paisagem.

Faro e Ria Formosa

Algumas das subidas eram muito íngremes e desmontar da bike tornou-se necessário. Chegado ao cimo segui pelo caminho do Moinho das Estrelas. Depois uma descida íngreme com pedras salientes e novamente a desmontar da bike por precaução. De novo um single-track a subir e de novo a ter de caminhar com a bike ao lado.


Em Loulé encontrei sinalização em pequenos azulejos incrustados nas paredes. Depois de passada esta cidade embrenhei-me por caminhos rurais e estreitos carreiros usados pelos agricultores de antigamente.


Em aproximação a Nave das Mealhas encontrei estradões de terra batida onde andei a bom ritmo. Passei também uma ribeira mas que nesta altura do ano estava seca.


Depois acompanhei o percurso pedestre PR14 de Loulé e a seguir a Aldeia da Tôr segui novamente por single-tracks de grande beleza.


Salir era a próxima povoação a alcançar e na aproximação o Caminho foi comum com um PR e uma GR, suponho que a Via Algarviana. Também houve lugar a uma descida vertiginosa por asfalto que deixou as pastilhas de travão bem quentes.
Em Salir o track levou-me a contornar as muralhas do castelo e a passar defronte da Igreja Matriz.

Igreja Matriz de Salir

Nesta vila procurei por um supermercado para ir abastacer de comida. Jafers foi o local escolhido. A saída de Salir foi por estrada asfaltada e a subir até chegar a um cruzamento com várias direções.


Depois passei para a estrada de terra com um forte declive na ordem dos 30º em que até empurrar a bike se tornava difícil. Valeu a pena o esforço pois ao chegar ao cimo fui presenteado com as maravilhosas vistas daqui alcançadas. Aqui também existia uma aldeia abandonada com um moinho de vento. Mais tarde viria a passar por uma pequena aldeia chamada Califórnia.
De seguida cheguei à ribeira do Vascão que ia com um caudal razoável para esta época do ano. Segui por um PR ao longo da margem desta ribeira.

Ribeira do Vascão

O dia iria terminar no Ameixial mas antes ainda haveria de passar em Azinhal dos Mouros. De manhã havia contactado a Junta de Freguesia do Ameixial a informar a minha intenção de pernoitar no albergue local. Assim, chegado à aldeia dirigi-me ao café Central para levantar a chave do mesmo. Depois foi voltar pelo mesmo caminho que tinha percorrido cerca de 1 km.

À entrada de Ameixial

O dia foi longo e cansativo, com várias partes do percurso mais propícias a caminhantes do que a quem vem de bicicleta. Não me queixo. A génese de um Caminho de Santiago é e será sempre para caminhantes. Valeu bem a pena pelas paisagens e trilhos ao longo da ribeira do Vascão.
Assim a estadia no albergue foi bem recompensadora. Lá fiz também alguma manutenção à bike e mudança de pastilhas de travão traseiro. No dia seguinte iria continuar pelo Caminho Central do Alentejo e Ribatejo.


O track que resultou foi este:

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